Maconha - As novas descobertas da medicina

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma. I CO 6.12

Há um importante debate sendo travado sobre a legalização da maconha. Um argumento usado pelos que defendem sua descriminalização seriam os efeitos mitigatórios de sua liberação para o consumo. E quais seriam estes efeitos? Talvez, o principal, seja o provável fim do tráfico de drogas e consequentemente de toda a violência que está por trás dele.

Outro argumento utilizado diz respeito às drogas legalizadas. Álcool, cigarros e remédios em geral. Segundo os defensores, o uso do álcool causa grandes prejuízos à coletividade, sendo o responsável por doenças e acidentes no trânsito. Em relação ao cigarro, todos estamos bem elucidados de seus males. Mas quem disse que os traficantes vendem só maconha. Com este argumento, teria-se que liberar o crack, cocaínas, heroína e todas as demais drogas e todos os problemas da violência permaneceriam inalterados.

A edição 2293 de 31 de outubro da revista VEJA, trás como matéria de capa "MACONHA - As novas descobertas da medicina cortam o barato de quem acha que ela não faz mal". Como nem todos tem acesso a esta informação, resolvi reproduzi em meu blog algumas conclusões que achei interessantes e que estão na reportagem. 

Um dos estudos mais impactantes e recentes sobre os males da maconha foi conduzido por treze reputadas instituições de pesquisa, entre elas as universidades de Duke, nos Estados Unidos, e de Otago, na Nova Zelândia. Os pesquisadores acompanharam 1.000 voluntários durante 25 anos. Eles começaram a ser estudos aos 13 anos de idade.  

Um grupo era composto de fumantes regulares de maconha. Os integrantes do outro grupo não fumava. Quando os grupos foram comparados, ficou evidente o dano à saúde dos adolescentes usuários de maconha que mantiveram o hábito até a idade adulta. Algumas conclusões:

1) Na média, os consumidores crônicos de maconha ficavam 8 pontos abaixo dos não fumantes nos testes de Q.I.;

2) Os usuários de maconha também se saíram mal nos testes de memória;

3) É falácia a tese de que de que fumar maconha com frequência não compromete a cognição.

O Instituto de Saúde Pública da Suécia pesquisou 50.000 voluntários durante 35 anos. Eles consumira maconha durante a adolescência. Os suecos demonstraram que o risco de um usuário de maconha sem antecedentes genéticos vir a desenvolver esquizofrenia ou depressão é muito mais alto do que a população em geral. No caso de esquizofrenia, surgiram 3,5 mais casos do que na população em geral. No que se refere à depressão, o número de casos clínicos foi o dobro.

Em relação aos males causados, nem o álcool, nem a nicotina do tabaco, nem a cocaína ou a heroína, nenhum outra droga encontra tantos receptores prontos para agir no cérebro como a cannabis. Ela imita a ação de compostos naturalmente fabricados pelo organismo, os endocanabinoides. 

Em nenhum país a maconha é completamente liberada. Um dos mais notoriamente tolerante é a Holanda, que permite o consumo da erva nos coffee shops, mas, ainda assim, os proprietários só estão autorizados a vender 5 gramas, o equivalente a um cigarro para cada cliente. Recentemente, o governo holandês proibiu a venda de drogas para estrangeiros. Nem sempre foi assim. Na década de 70, quando a Holanda descriminalizou a maconha e se tornou uma espécie de Disney libertária, fumava-se me praça pública. A festa acabou cedo. Desde então, o tráfico só aumentou. A experiência holandesa - e o recuo das autoridades - derruba um dos ais rígidos pilares da defesa pela liberação: o de que a venda autorizada poria fim ao tráfico. Não pôs. 

Principal conclusão de mais de trinta anos de pesquisa sobre a droga: MACONHA FAZ MAL SIM.

A seguir, vou reproduzir a opinião dos leitores na edição desta semana que repercutem esta matéria.

"Nos meus 43 anos de clínica psiquiátrica acompanhei inúmeros casos graves de esquizofrenia desencadeados pela maconha, que antecipa o início da doença, interfere no seu tratamento e piora o seu prognóstico"
                                                                                        Itiro Shirakawa
                                                         Professor Titular de Psiquiatria da UNIFESP-EPM
                                                                                      São Paulo, SP


"Sou psiquiatra, trabalho com dependentes químicos e só posso atribuir à ingenuidade as ideias românticas sobre a maconha. Diariamente vejo jovens com evidentes problemas conginitivos causados pelo uso frequente dessa substância"
                                                                                        Renata Rigacci Abdalla
                                                                                                 São Paulo, SP


"Conheço um jovem usuário de maconha que leu a reportagem e não me pareceu convencido. Se uma pessoa não acredita numa pesquisa em um pesquisa com 50.000 voluntários durante 35 anos, em que vai acredita "
                                                                                        Marcos Bonin Villera
                                                                                               Rio de Janeiro, RJ



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