Sofrimento com propósito

Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos. Hebreus 12:1-3
by Pastor Edi Carlos Ballmann

O pastor Edi Carlos da SNT - Florianópolis - nos trouxe domingo, dia 10 de novembro de 2012, uma revelação sobre o "sofrimento com propósito". Foi uma belíssima pregação. Faço aqui minha reflexão sobre sua mensagem e o que Deus ministrou ao meu coração revisitando minhas anotações feitas naquele dia.

O sofrimento é inerente da natureza humana. Temos que conviver com as frustrações desde muito pequenos. Nos primeiros anos de vidas temos toda a atenção das pessoas. Somos mimados e acarinhados e o mundo gira em torno de nós. Provavelmente, a primeira grande decepção ocorre por volta dos três anos quando descobrimos que não somos o centro do universo.

Por outro lado, a desestruturação familiar muito comum em nossos dias pode ser responsável por uma série de outros problemas que, provavelmente, atormentará o jovenzinho ao longo de boa parte de sua vida, principalmente se a busca pela cura de suas emoções não ocorrer.

Minha experiência de vida é um bom exemplo disso. Fui criado por um padrasto ausente e convivi muito pouco com meu pai legítimo, visto que quando ele morreu eu tinha em torno de dezoito anos.

Minha mãe sempre se esforçou para suprir sua ausência. Foi uma super-mãe, superamiga e, infelizmente, super-protetora. Seu esforço em tentar suprir a ausência de meu pai tornou-me, em vários aspectos, inseguro e dependente emocionalmente dela. Sem falar na importante ausência da figura masculina que me faltava como referência.

O meu caso é apenas mais um. 

Um passo importante no processo de cura se deu aos vinte e cinco anos, ao perceber, pela primeira vez, o quanto não ter tido um pai tinha sido importante pra mim. Eu nunca tinha me permitido sofrer e lamentar a falta que meu pai tinha feito em minha vida. Acreditava que lamentar a ausência de meu pai seria uma forma de ser ingrato com minha mãe, que sempre fez o possível e impossível pra me fazer feliz. 

Mas não era disso que se tratava. 

A frustrada tentativa de minha mãe em ser "pãe", ou seja, pai e mãe, vai ser sempre a frustrada tentativa de qualquer casal que não permite que cada um dos dois assuma seu papel que lhe cabe. Um nunca vai substituir o papel do outro.

Chorei muito. Sofri muito. Permite-me lamentar a falta que meu pai fez e pronto. Resolvi esse problema em minha vida. Compartilhar isso não me causa dor. Portanto, houve cura.

A questão agora é, qual o propósito desse sofrimento em particular.

Acredito que só o fato de entender o quanto é sofrível a ausência de um pai, já me capacita a ser um pai melhor. Saber as consequências de um lar destruído me motiva a lutar, todos os dias, com toda as minhas forças pelo meu casamento e por minha família.

Ouço argumentos hedônicos o tempo todo e, durante um curto espaço de minha vida resolvi viver segundo este princípio. O mais intrigante é que, não tem nada que cause mais sofrimento, que a busca desenfreada pelo prazer. 

Viver segundo o princípio "o que eu quero é ser feliz", não importando a opinião dos outros é o caminho mais curto para a infelicidade. 

Quando Jesus nos EXIGIU amar ao próximo, ele estava nos EXIGINDO a sermos felizes.

A vida dissoluta de um jovem que vive os prazeres mundanos todos os dias, é o exemplo de uma vida cheia de frustrações e de um vazio do tamanho do Deus. Esta pessoa, inexoravelmente, estará em uma de nossas igrejas procurando apoio para sua vida vazia e frustrada. E nós estaremos de braços abertos esperando a todos.

Sofrer por não ter pai, ensinou-me e motivou-me a ser um pai de família melhor e mais presente.

Talvez o seu grande desafio seja transformar o limão que a vida lhe deu numa deliciosa limonada, temperada com cura e a sempre presença do Espírito Santo.

E aí, qual o propósito daquele teu sofrimento? 

Faça com que tanta dor tenha valido à pena...

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