Minha prosperidade

MEU DEVOCIONAL: 17/09



"O Senhor é meu pastor e nada me faltará" Salmo 23.1


Eu poderia usar vários outros versículos para falar sobre prosperidade e talvez eles chamassem mais a atenção. As vezes cometemos o erro de não valorizarmos versículos que se tornam mais conhecidos e não dar-lhes a importância devida.

Seria possível escrever um livro com os ensinamentos contidos neste salmo. a ideia não é essa nesse momento. Mas podemos destacar alguns pontos muito importantes. Ao se referir a Deus como seu pastor. Davi falava com propriedade sobre um ofício que dominava. Ele mesmo era pastor de ovelhas e sabia do que seria capaz para proteger e zelar por elas. Ele também se colocava em situação semelhante à de suas ovelhas, ou seja, incapaz de ser cuidar. As ovelhas não são predadoras, são incapazes de consegui seu alimento diário, não plantam, não caçam, portanto, dependem completamente dos cuidados de seu criador. E mesmo assim, o bom pastor não deixa que lhes falte nada. Quero utilizar este texto para falar sobre prosperidade. 

Os ensinamentos sobre prosperidade são relativamente novos para mim. Quando me converti não éramos ensinados sobre muitas coisas, uma delas era sobre como prosperar. Nosso entendimento ia um pouco além de aceitarmos Jesus como salvador, pregarmos o evangelho enquanto esperávamos Jesus voltar ou morrermos. 

A ideia de que Deus estava interessado em que eu tivesse todas as minhas necessidades supridas, não tinha me alcançado, mesmo lendo, ao longo de anos, este salmo. O sei decorado. E daí, se não o vivia.

No final da década de 90, no final do século passado, tive meus primeiros contatos com a teologia da prosperidade. No início fui cético aos insistentes apelos por oferta, em troca de bençãos sem medidas. Depois, tornei-me um entusiasta e grande contribuinte motivado pela certeza que Deus iria me abençoar.

Passado mais de dez ano, consigo refletir com mais sobriedade sobre este tema. Em primeiro lugar eu sempre dizimei. Ofertar nos cultos também sempre foi uma prática minha. E mesmo sem ter a clareza completa a respeito da prosperidade, sempre prosperei. 

Sou de uma família simples, de hábitos simples. Nuca passei fome, mas nunca pude luxar. Sempre tive o suficiente para que pudesse continuar em minha caminhada. Não tinha nem mais, nem menos. Sempre tive exatamente o que necessitei para suprir minhas necessidades básicas. Fui criado por um padrasto que não me deu amor, era bem distante de mim, mas era muito trabalhador e assumiu quatro filhos que não eram seus e nos criou da mesma forma que criou minhas duas irmãs, estas sim, suas filhas legítimas.

Sempre estudei em escola pública, escolhi um curso universitário pouco concorrido, mas promissor. Meu ensino médio, deu-me uma profissão de técnico em contabilidade, o que me possibilitou, aos dezesseis anos,  conseguir meu primeiro emprego como bancário, diga-se de passagem, um ótimo começo.

Meu curso universitário era em tempo integral, portanto, não poderia trabalhar durante o dia. Aos vinte anos, cursando meu primeiro ano de faculdade, iniciei como professor na mesma escola que havia estudado alguns anos atrás. Minha carreira como professor nasceu de uma necessidade de ter um mínimo ganho que ajudasse com minhas despesas na faculdade. Iniciei aos vinte anos como professor de matemática para quinta e sexta séries, num curso noturno na Escola Estadual Marechal Hermes, em Manaus.

Continuei lecionando matemática e estatística nos anos seguintes. Aos vinte e dois anos já era professor do ensino médio. Formei-me aos vinte e cinco e, aos vinte e seis, era professor novamente na escola onde estudei, só que agora, tratava-se da universidade que estudara.

Apesar de formado, ainda não havia conseguido minha independência financeira. Estava em início de carreira e, como tal, ainda recebia baixos salários. O contrato na universidade era apenas de um ano, mas fez toda a diferença. Se aos dezoito anos já tinha dois anos de experiência como bancário, se aos vinte e cinco, já lecionava a seis anos, aos vinte e sete já havia lecionado na Universidade Federal do Amazonas, a maior e melhor universidade de minha região.

Então, afinal de contas o que é prosperar? Se história de um rapaz, de família simples, que sempre estudou em escola pública, que aos dezoito trabalhava em um banco e aos vinte e seis é professor de uma universidade, mesmo que seja por apenas um anos, não for prosperidade, definitivamente eu não sei o que é.

A grande questão é que nossa prosperidade deve ser medida em relação ao que temos. Nossa régua deve ser nossa história. É importante lembrar, também, que prosperidade não é acúmulo de riquezas. Ser próspero não é ser rico. Ser próspero é ter suas necessidades supridas a cada dia. Uma pessoa de berço não é uma pessoa próspera. Ela pode ser classificada como rica e não como próspera. Prosperidade é um processo, riqueza é um estado.

Não podemos cometer o erro da "prosperidade relativa". Este tipo de prosperidade não olha pra si, mas para o outro, é como você está em relação ao vizinho, e não em relação a você mesmo e ao seu passado. Ela é altamente perigosa, pois ao olhar para o próximo, você pode estar querendo começar por onde outros estão terminando. Cada um tem a sua história e seu histórico. 

Vou continuar dizimando e ofertando e tendo sempre a certeza que meu pastor cuidará de mim e que nada, absolutamente nada me faltará, simplesmente porque nunca me faltou.

Pense nisso e um bom dia.

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